Nexa alcançou seu segundo maior EBITDA ajustado anual, totalizando US$ 714 milhões em 2024
A produção anual ficou dentro do guidance, com o cobre superando o limite superior, enquanto o CAPEX e o OPEX ficaram abaixo do limite inferior
Nexa Resources, um dos principais produtores de zinco do mundo, reportou um aumento de 76% em seu EBITDA ajustado, atingindo US$ 714 milhões em 2024, frente aos US$ 406 milhões registrados em 2023. Esse resultado representa o segundo maior desempenho anual de sua história, impulsionado por uma maior contribuição de subprodutos, preços mais altos do zinco, variações cambiais favoráveis e menores despesas com exploração mineral e avaliação de projetos.
No 4T24, o EBITDA ajustado aumentou para US$ 197 milhões, frente aos US$ 110 milhões registrados no 4T23, impulsionado por maiores volumes de vendas de metais, pelo pagamento de dividendos em dinheiro da Enercan, uma empresa brasileira de energia, e por ganhos cambiais, parcialmente compensados por maiores custos variáveis.
Pela primeira vez desde os investimentos em Aripuanã, a Nexa gerou um fluxo de caixa consolidado positivo em 2024, impulsionado por um sólido desempenho operacional e uma gestão otimizada do capital de giro, resultando em um fluxo de caixa livre de US$ 107 milhões no 4T24. Essas melhorias possibilitaram o pagamento de US$44 milhões em dívida de curto prazo. A companhia encerrou o ano com um saldo total de caixa de US$640 milhões e um índice de alavancagem líquida de 1,7x, abaixo dos 3,3x registrados no final de 2023.
A receita líquida cresceu de forma consistente em 2024, totalizando US$ 2,766 bilhões, um aumento de 8% em relação ao ano anterior. No 4T24, a receita líquida alcançou US$ 741 milhões, 18% acima do 4T23, impulsionada principalmente por preços mais altos dos metais na LME e um aumento no volume de vendas do segmento de metalurgia, parcialmente compensado por um menor prêmio líquido.
Em 2024, o prejuízo líquido totalizou US$187 milhões, uma redução de 36% em relação ao prejuízo de US$292 milhões registrado no ano anterior, atribuída principalmente a um maior lucro operacional. Esse resultado inclui perdas cambiais e provisões para imposto de renda.
O CAPEX total de 2024 alcançou US$ 277 milhões, ficando abaixo da projeção revisada de US$ 300 milhões. Quase a totalidade dos investimentos foi direcionada para despesas de sustentação, incluindo desenvolvimento de minas e atividades para manter a estabilidade operacional. No 4T24, o CAPEX totalizou US$ 86 milhões, com uma alocação semelhante. A desvalorização do real brasileiro em relação ao dólar norte-americano gerou um impacto positivo de US$ 11 milhões ao longo do ano.
Ignacio Rosado, CEO da Nexa Resources, comentou sobre os resultados: “Apesar dos desafios, continuamos focados na eficiência operacional e conseguimos entregar a produção dentro do nosso guidance anual, mantendo o CAPEX e o OPEX abaixo da faixa revisada.” Rosado acrescentou: “Para 2025, reconhecemos as complexidades do cenário global, incluindo maior volatilidade e o possível impacto de tarifas no comércio e nas cadeias de suprimentos. No entanto, seguimos confiantes nos fundamentos sólidos dos nossos metais, especialmente o zinco, bem como em nossa disciplina operacional, prudência financeira e foco estratégico na redução do endividamento e no crescimento sustentável.”
Desempenho Operacional
Em 2024, a Nexa atingiu seu guidance de produção consolidado para todos os metais, com o cobre superando o limite superior da faixa. A produção de zinco no ano totalizou 327 mil toneladas, representando uma redução de 2% em relação às 333 mil toneladas registradas em 2023. Essa diminuição foi principalmente resultado de menores volumes em Cerro Lindo, El Porvenir e Vazante, além da ausência de contribuições de Morro Agudo após seu desinvestimento em abril de 2024.
No 4T24, a produção de zinco foi de 74 mil toneladas, uma redução em relação às 90 mil toneladas registradas no 4T23, principalmente devido a menores volumes em Cerro Lindo, El Porvenir e Vazante, além da ausência de contribuições de Morro Agudo. Em comparação com o 3T24, a produção diminuiu, refletindo menores teores e menor rendimento em Cerro Lindo, Vazante e Atacocha, parcialmente compensado por um melhor desempenho em Aripuanã.
A produção de cobre em 2024 alcançou 36 mil toneladas, um aumento de 7% em relação às 33 mil toneladas registradas em 2023, superando o limite superior da faixa do guidance anual. No 4T24, a produção de cobre totalizou 9 mil toneladas, ligeiramente abaixo das 9,5 mil toneladas do 3T24 e 2,5% inferior às 9,4 mil toneladas do 4T23, principalmente devido a menores contribuições de Aripuanã.
A produção de chumbo encerrou o ano em 69 mil toneladas, acima das 65 mil toneladas registradas em 2023, em linha com a faixa média do guidance. No 4T24, a produção alcançou 17 mil toneladas, ligeiramente abaixo das 18 mil toneladas do 4T23, mas superior ao trimestre anterior, impulsionada por um maior aporte de El Porvenir e Aripuanã.
A produção de prata em 2024 totalizou 12 milhões de onças, um aumento em relação aos 10 milhões de onças registrados em 2023, atingindo a faixa média do guidance. No 4T24, a produção alcançou 3 milhões de onças, acima dos 2,7 milhões de onças do 4T23 e similar ao 3T24.
No segmento de metalurgia, a produção total de metal e óxido de zinco alcançou 595.000 toneladas em 2024, ligeiramente acima das 588.000 toneladas registradas em 2023. Esse desempenho foi impulsionado por uma maior estabilidade operacional no smelter de Cajamarquilla, no Peru, compensando a redução de volumes em Três Marias devido à menor demanda no setor de pneus.
No 4T24, a produção de metal e óxido de zinco foi de 151.000 toneladas, um aumento em relação às 144.000 toneladas do 4T23, impulsionado principalmente por maiores volumes no smelter de Cajamarquilla. Em comparação com o 3T24, a produção manteve-se estável, refletindo menores volumes em Três Marias.
As vendas de metal e óxido de zinco no ano totalizaram 591 mil toneladas, ligeiramente acima das 590 mil toneladas registradas em 2023, alinhando-se à faixa média do guidance anual. No 4T24, as vendas totais foram de 152 mil toneladas, um aumento em relação às 143 mil toneladas do 4T23, impulsionado por uma maior produção na refinaria de Cajamarquilla e pela entrega de pedidos acumulados desde o 3T24 devido a ajustes na demanda do mercado doméstico.
Estratégia de Crescimento e Portfólio de Ativos
Em 2024, a Nexa avançou em sua estratégia de otimização do portfólio, com foco em ativos de alto retorno e uma alocação disciplinada de capital. A companhia concluiu com sucesso desinvestimentos estratégicos e vendas de projetos, garantindo um processo responsável e respeitoso com todas as partes interessadas.
Em abril, a Nexa assinou um acordo definitivo para a venda do Complexo Morro Agudo, com a transação concluída em 1º de julho de 2024, transferindo todos os direitos, títulos e interesses para o comprador. Posteriormente, em setembro, a companhia anunciou a venda do projeto greenfield Pukaqaqa e de sua subsidiária peruana não operacional, Minera Pampa de Cobre S.A.C., proprietária da mina Chapi. Ambas as transações foram concluídas em dezembro de 2024.
Durante o quarto trimestre, o Conselho de Administração da Nexa aprovou a primeira fase do Projeto de Integração Cerro Pasco, que inclui a construção de um sistema de bombeamento e tubulações para rejeitos, com o objetivo de estender a vida útil da mina e melhorar sua rentabilidade. A engenharia de detalhamento foi concluída, e a construção está prevista para começar no 2T25. Além disso, a Nexa reforçou sua posição financeira por meio de um aumento de capital de até US$37 milhões em sua subsidiária Nexa Resources Atacocha S.A.A., destinado a apoiar investimentos relacionados ao Projeto de Integração Cerro Pasco.
Em dezembro de 2024, a Nexa aumentou sua participação na Tinka Resources para aproximadamente 19,86% por meio da subscrição de 9,86 milhões de ações ordinárias. A Tinka é proprietária de 100% do projeto de zinco e prata Ayawilca, um dos maiores depósitos de zinco no Peru.
“Nosso Conselho de Administração aprovou a primeira fase do Projeto de Integração Cerro Pasco, um marco estratégico para estender a vida útil desse complexo de mineração. Em Aripuanã, estamos finalizando a compra de um quarto filtro de rejeitos, o que fortalecerá ainda mais nossa capacidade operacional. Em linha com nossa estratégia de otimização do portfólio e foco em ativos de maior rentabilidade, racionalizamos nossa base de ativos por meio de desinvestimentos e vendas de projetos selecionados, reforçando o foco e a disciplina na alocação de capital", concluiu o Rosado.
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